PENICHE: ILHA DA BERLENGA GRANDE
- Inês Matias
- 7 de ago. de 2018
- 4 min de leitura
Atualizado: 24 de jan. de 2021

A Reserva Natural das Berlengas é um dos paraísos mais intocados e selvagens de Portugal, considerado um dos melhores para a prática de mergulho e birdwatching. Esta área protegida integrada por legislação nas reservas naturais pelo ICNF situa-se a cerca de 7,5
milhas do porto de Peniche. O Arquipélago das Berlengas é constituído por três pequenas ilhas: a Berlenga Grande, Estelas e Farilhões, porém apenas na primeira existe ocupação humana.
O TRANSPORTE:
Chegámos ao porto de Peniche por volta das 8h50, 40 minutos antes da partida, onde estacionámos o carro no parque da marina, que é pago. Para a deslocação até à ilha recorremos ao serviço prestado pela Viamar, empresa especializada no transporte de passageiros entre Peniche e a Ilha da Berlenga Grande. O Cabo Avelar Pessoa tem capacidade para 185 pessoas, possuindo 64 lugares no exterior e os restantes no interior. É por isso recomendável para quem geralmente se sente indisposto neste tipo de viagens que entre no barco assim que levante o bilhete para que encontre um bom lugar ao ar livre.
Na manhã em que viajámos para a ilha o mar estava bastante alterado pelo que a viagem foi um pouco agitada. Desse modo tivemos que nos deslocar do lugar interior que escolhemos inicialmente para o exterior. Apesar da viagem, que demorou cerca de 50 minutos finalmente chegámos ao destino. Pálidos é certo, porém rapidamente nos fomos recompondo ao avistar aquela maravilha da natureza.
Duração: 50 minutos
Custo: 20€/pessoa (os bilhetes devem ser reservados no website da Viamar e levantados no porto de Peniche 30 a 40 minutos antes do horário da partida)

OS PONTOS DE INTERESSE:
Logo à chegada aproveitámos o tempo mais fresco para percorrer os trilhos assinalados e para visitar os principais pontos de interesse e reservámos as últimas horas para desfrutar da praia mais conceituada da ilha, que fica bem perto do cais de embarque.
Inicialmente fizemos o percurso da Berlenga, que liga o Bairro dos Pescadores ao Forte de S. João Baptista e que tem uma extensão aproximada de 1 km. Este percurso tem um declive muito acentuado, principalmente ao aproximar-se do Forte de S. João Baptista, onde obrigatoriamente se desce uma enorme escadaria. Este itinerário linear está bem sinalizado e passa inclusivamente pelo Farol Duque de Bragança, um dos pontos mais importantes da ilha. Durante o percurso cruzámo-nos com plantas edémicas como a Armeria berlengensis assim como com lagartixas de carbonell. Este é um fenómeno frequente, pelo que a fauna e flora que tão bem caraterizam a ilha deve continuar a ser protegida, adotando comportamentos adequados, que passam pelo respeito pelos trilhos traçados, pelas plantas e animais.
O percurso da Ilha Velha é circular e inicia-se e termina no Bairro dos Pescadores. O percurso com uma extensão de 1km está bem sinalizado e tem um grau de dificuldade médio. Este percurso situa-se a noroeste da ilha e nele pode-se observar plantas e animais que habitam na ilha, em especial as gaivotas. A vegetação, tal como na ilha em geral, é rasteira e não existem árvores devido ao vento forte e salgado bem como à escassez de água. É de recordar que não devem ser apanhadas plantas, especialmente aquelas que apenas existem nas Berlengas como a Armeria berlengensis, referida anteriormente. Apesar de serem muito atrativas: rosadas e muito belas - devemos deixar que os outros visitantes também as possam contemplar.





Para os mais aventureiros podem embarcar numa excursão para visitar a Gruta da Lagosteira, a Gruta da Flandres, da Inês, do Brandal, a Gruta Azul, a Gruta Muxinga ou até mesmo para usufruírem de uma atividade de mergulho. Nós optámos por passar uma tarde mais calma e relaxante na água límpida e esverdeada da Praia do Carreiro do Mosteiro.


Para além da Praia do Carreiro do Mosteiro, também passámos pela Praia do Forte, que se situa bem perto do Forte de S. João Baptista, porém muito menos frequentada devido à falta de acessos. Este local é bastante visitado por gaivotas, como é bem visível na imagem anterior, porém existem pontos específicos para a sua observação assim como de outras espécies de aves.
OBSERVAÇÃO DE AVES:
No arquipélago das Berlengas alojam-se as únicas colónias de aves marinhas pelágicas de Portugal continental. Existe uma variedade de espécies de aves marinhas que se reproduzem neste arquipélago: cagarra, roque-de-castro, galheta, gaivota-de-patas-amarelas, gaivota-d'asa-escura e airo. O planalto do farol é um dos melhores miradouros assim como as arribas protegidas dos ventos dominantes.
AS REFEIÇÕES:
Para quem optar por almoçar/jantar na ilha, o Restaurante Mar e Sol é uma ótima opção, já que a comida é confecionada na hora e se revela divinal, onde se destaca a Caldeirada à Pescador. Nós optámos por levar comida fácil de comer já que não existem parques de merendas na ilha.

ALOJAMENTO:
A ilha possui uma oferta restrita de alojamento, porém diversificada. No Forte de São João Baptista funciona um hotel que permite um alojamento singular em pequenas celas que aloja 50 pessoas, porém não tem as máximas condições e é necessário que leve tudo o que necessita inclusive roupa de cama. Este alojamento é uma ótima opção para quem quer obter vistas lindíssimas sobre o mar.



Para os mais aventureiros o Parque de Campismo é a opção ideal, que atrai muitos jovens portugueses e estrangeiros. Este fica sobre a Praia do Carreiro do Mosteiro, que encanta inúmeros visitantes pelo seu areal pequeno e a sua água transparente e esverdeada.

O Pavilhão Mar e Sol é uma opção de alojamento para quem pretende maior conforto, porém conta apenas com 6 quartos duplos que possuem WC privativa e vista para o mar.
DICAS DE BOLSO (ida e volta no mesmo dia):
1. Leve dinheiro, já que não existe multibanco na ilha;
2. Leve na mochila o indispensável:
- toalha
- água (de preferência fresca e para isso pode usar um termo)
- roupa fresca
- protetor solar (use-o mesmo em dias de nebulosidade pois trata-se de um micro clima)
3. Leve máquina fotográfica;
4. Não saia dos trilhos assinalados;
5. Não há parque de merendas pelo que deve levar comidas fáceis de comer;
6. Não apanhe espécies animais ou vegetais;
7. Leve binóculos para captar momentos singulares;
8. Prepare os seus amigos e familiares para a eventualidade de não os conseguir contactar já que na ilha há pouca rede de telemóvel;
9. Se enjoa com frequência previna-se com um comprimido anti-enjoo;
10. Leve calçado confortável;
Descubra este arquipélago da forma mais natural de sempre!
Comentarios